Aventuras Momescas - Parte II

"Deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu cuidar do meu nariz... Todo Carnaval tem seu fim..." - Los Hermanos

2 semanas depois de terminado o Carnaval, ainda sofro os sintomas da febre que assolou as festividades momescas. E não falo da "Dalila", afinal, de tanto mandarem buscá-la, a gripe deixou o povo foi sem pique até mesmo para levantar da cama.

Guardo algumas recordações das ruas de Salvador durante o Carnaval. Algumas não tão boas, outras piores ainda. Até hoje me pergunto onde foi parar o dinheiro da merenda escolar. De todos os blocos afros que saíram no Carnaval, acho que o único que não teve problemas com verbas foram os Filhos de Ghandi. Somente o apadrinhamento de Gil já é um chamariz considerável ao bloco, mas e quem não tem alguém tão famoso para fazer parte do seu front? Aliás, o velho tapete branco da Avenida tem perdido seu encanto por causa da presença de aventureiros mais preocupados em trocar suas contas por beijos, "chupões" e amassos do que pela tradição dos afoxés. E a cada ano, mais foliões e foliãs voltam para suas casas com colares, histórias, sapinhos e Dalilas em suas malas.

E quem não viu a nossa segurança pública em ação? Um agindo contra o outro! Sim! Polícia X Polícia, o embate do Carnaval! Realmente de uma coisa nós não podemos reclamar, tanto o prefeito quanto o governador afirmaram sobre o aumento do efetivo policial nas ruas. Como o dever deles é o de prender bandidos... Será que eles se confundiram?

Carnaval terminado, agora é trabalhar duro para juntar mais dinheiro, afinal, depois de gastar tudo com abadá superfaturado, taxista dando uma de guia turístico sem avisar (mas não esquecendo de cobrar) e o pedágio para o pivete deixar, ao menos, sua identidade, é hora de investir nos Piu-Pius, Visgos e bate-voltas da vida. Enquanto isso, vou curtindo a graninha extra das latinhas do carnaval, assim meu caminhão logo logo estará pronto para a próxima viagem...